Tenho visto com cada vez mais frequência manifestações sobre diversidade. Não sou muito de assistir TV, mas outro dia acabei vendo um pouco de TV Globo. Peguei o final do Jornal Nacional e o início da novela. No Jornal Nacional uma matéria sobre a PUC de São Paulo inaugurando banheiros unissex, lembrando que PUC = Pontifícia Universidade Católica, ou seja, uma universidade ligada à religião Católica. Em seguida, na novela apareceu uma atriz que estava contando para os pais e familiares que ela nasceu no corpo errado, que ela era um homem que havia nascido num corpo de mulher, ou seja, que ela era transgênero. Em seguida, durante o intervalo, veio a campanha da Globo intitulada “Tudo Começa Pelo Respeito” sobre respeito à identidade de gênero:
Quando faltam o respeito e a capacidade de aceitar a diversidade, podem acontecer situações muito ruins, como, por exemplo, pais rejeitando o próprio filho. Fiquei bastante impressionado quando li o relato da Daniela Andrade, consultora sênior da ThoughtWorks, onde ela conta que:
Como fui expulsa da casa dos meus pais, por ser transexual — e aqui eu digo que a primeira grande violência que sofremos é dentro de casa — há muitos anos não tenho parentes com quem contar em momentos de necessidade, todos deram as costas para mim.
Como é possível um pai rejeitar a própria filha? Sou pai e sei como o amor de pai é algo muito intenso, capaz de passar por cima de qualquer problema para podermos sempre ajudar e suportar nossos filhos. Estava conversando outro dia com minha esposa sobre esse relato e sobre a dificuldade das pessoas em aceitarem as diferenças, ao ponto de fazer com que pais rejeitem seus próprios filhos. Foi nesse momento que minha esposa disse uma frase que me marcou. Ela disse que em última instância, todas as pessoas são diferentes. Transgênero, cisgênero, heterosexual, homosexual, bisexual, assexual, negro, branco, amarelo, jovem, adulto, meia-idade, terceira idade, brasileiro, canadense, francês, vietnamita, fluminense, mineiro, paulista, carioca, belo-horizontino, corredor, ciclista, nadador, engenheiro, arquiteto, advogado, quem gosta de música pop, rock, jazz, clássico e assim por diante. Mesmo gêmeos idênticos são diferentes.
Se todas as pessoas são diferentes, aceitar e respeitar as diferenças não é só desejável, é necessário e obrigatório para que possamos viver em sociedade de uma forma mais harmônica e sustentável. São valores que devem ser ensinados para todas as pessoas desde o berço.
E o que diversidade tem a ver com gestão de produtos de software?
Além do importância de aceitar e respeitar as diferenças para ajudar a criar uma sociedade mais harmônica e sustentável, a diversidade irá ajudar a criar produtos de software cada vez melhores por dois motivos:
Por isso é tão importante para o sucesso do seu produto refletir e conversar sobre o assunto diversidade. Só assim você poderá pensar em questões tão essenciais para o sucesso do seu produto. Como melhorar a diversidade do seu time de desenvolvimento de produto? Como fomentar discussões que trazem diferentes pontos de vista e ajudam a enxergar sob novos ângulos o seu produto e os problemas que ele ajudam a resolver?