Fundada em abril de 1981 por Sebastião Bomfim Filho com o objetivo de tornar o esporte e a moda casual acessíveis a todos no Brasil, a Centauro possui mais de 190 lojas em 23 estados brasileiros e no Distrito Federal, bem como dois centros de distribuição, localizados em Extrema/MG e Jarinu/SP. Além das lojas físicas, a Centauro vende produtos on-line por meio de seu site e aplicativo móvel. Em 2003, a empresa começou a investir no comércio eletrônico, que representava 12% de sua receita em 2015. Nesse mesmo ano, eles lançaram um aplicativo de compras para tablets e smartphones, permitindo que os consumidores façam compras diretamente de seus dispositivos móveis.
Entre 2013 e 2020, Victor Almaraz trabalhou na Centauro. Começou como arquiteto de sistemas e fez sua transição de carreira de engenharia para gestão de produtos, assumindo o papel de Group Product Manager na Centauro em 2019, quando foi responsável por definir e executar a estratégia de produtos digitais da área de marketplace. Quando ele assumiu essa nova posição, não existia um portal do seller, que são as pessoas que vendiam seus itens no site da Centauro. Elas não tinham nenhum lugar para acessar e ver como estavam suas vendas. A única forma de saber era por meio de relatórios feitos e enviados periodicamente por funcionários da Centauro ou ferramentas intermediárias, como os hubs integradores. Dado o sucesso do Marketplace, já estava em andamento havia 6 meses um projeto de implementação de uma ferramenta externa, que tinha alto custo de implementação, além da complexidade de replicação dos dados entre ela e o sistema da Centauro. Ao ter ciência dessa situação, Victor conversou com o time para buscar opções e decidiram por fazer um MVP desenvolvido internamente, com apenas uma funcionalidade: listar pedidos. Esse MVP ficou pronto em 15 dias e, após um mês e meio, já estava rodando para aproximadamente 20 sellers.
Esse exemplo mostra bem a aplicação dos princípios de entrega de resultado e de entregas rápidas e frequentes. Com um MVP feito em casa, o time de marketplace conseguiu em 15 dias já entregar muito valor para os seus sellers, além de liberar o time operacional de fazer essas tarefas na mão.
É compreensível cobrar a equipe de desenvolvimento de produtos por entrega de funcionalidades. Afinal, estamos investindo muito nessa equipe por meio de salários, benefícios e infraestrutura para desenvolvimento e hospedagem de produtos digitais — e, como qualquer investimento que fazemos, temos a expectativa de retorno desse investimento. E o que as pessoas desse time fazem? Produto, app, site, tecnologia, dados, algoritmos, relatórios. Então nada mais natural do que cobrar essas entregas como sendo o retorno de nosso investimento.
Contudo, não podemos nos esquecer que isso tudo não deve ser o objetivo: são veículos para geração de resultado tanto para a empresa quanto para os clientes. O que devemos cobrar de times de desenvolvimento de produto, sejam eles internos ou terceirizados, é a entrega de resultados de negócio e resultado para nossos clientes.
Esse artigo é mais um trecho do meu mais novo livro “Transformação digital e cultura de produto: Como colocar a tecnologia no centro da estratégia da sua empresa“, que vou também disponibilizar aqui no blog. Até o momento, já publiquei aqui:
Ajudo líderes de produto (CPOs, heads de produtos, CTOs, CEOs, tech founders, heads de transformação digital) a enfrentarem seus desafios e oportunidades de produtos digitais por meio de treinamentos e consultoria em gestão de produtos e transformação digital.
Você trabalha com produtos digitais? Quer saber mais sobre como gerenciar um produto digital para aumentar suas chances de sucesso, resolver os problemas do usuário e atingir os objetivos da empresa? Confira meu pacote de gerenciamento de produto digital com meus 4 livros, onde compartilho o que aprendi durante meus mais de 30 anos de experiência na criação e gerenciamento de produtos digitais. Se preferir, pode comprar os livros individualmente: